terça-feira, 29 de novembro de 2016

Lipídios

São moléculas orgânicas formadas por álcool e ácidos graxos. As funções dos lipídios são muito diversas, assim como sua química. Porém uma característica em comum é compartilhada por todos os tipos de lipídios: sua insolubilidade em água.

Ácidos graxos, parte da composição dos lipídios, são moléculas derivadas de hidrocarbonetos. Embora a forma química seja variável, a formação molecular mais comum dos lipídios presentes no alimentos é estabelecida através da união de um glicerol (álcool) ligado a três cadeias carbônicas longas de ácido graxo. Lipídios são de natureza hidrofóbica, ou seja, são insolúveis em solventes polares e a solúveis em solventes orgânicos.

Tipos de lipídios

Com relação ao ponto de fusão, os lipídios são divididos em dois grupos: óleos (substâncias insaturadas), que são líquidos em temperatura ambiente, e as gorduras (substâncias saturadas), que são sólidas em temperatura ambiente. Tanto óleos quanto gorduras estão presentes nos alimentos de origem vegetal e origem animal. Os lipídios de maior destaque são os fosfolipídios, os glicerídeos, os esteroides e os cerídeos (presentes na cera produzida por abelhas).
De acordo com a natureza do ácido graxo e do álcool, os lipídios podem ser classificados em quatro grandes grupos: simples (apenas carbono, hidrogênio e oxigênio = CHO), complexos (além de CHO também incluem outros elementos, como fósforo), derivados (quando ácidos graxos sofrem transformações metabólicas) e precursores (formados a partir da hidrólise de lipídios simples e complexos).

Funções

As funções dos lipídios incluem reserva energética (fonte de energia para animais), meio de transporte para vitaminas lipossolúveis (A, K, D, E) e também isolante térmico (mamíferos). Além disso, ainda apresentam papel importante na composição da membrana plasmática das células (os fosfolipídios). Alguns possuem função de impermeabilização (cerídeos), evitando desidratação. Também atuam na formação de hormônios (esteroides).
“Quando alimentos ricos em lipídios são expostos por longos períodos ao oxigênio do ar, eles podem se deteriorar e se tornar rançosos. O gosto e cheiro desagradáveis associados a rancificação resultam da clivagem oxidativa de duplas ligações em ácidos insaturados, produzindo aldeídos e ácidos carboxílicos de cadeia mais curta e, portanto, com maior volatilidade.” (Lehninger, ano, pg. 284)
O grupo dos hormônios esteroides não contempla apenas hormônios sexuais masculinos e femininos. Deste grupo também fazem parte os hormônios produzidos pelo córtex supra renal, cortisol e aldosterona. Alguns compostos esteroides, inclusive, apresentam atividade anti-inflamatória. É o caso da prednosolona e prednisona, que podem ter aplicação médica no tratamento de doenças como artrite reumatoide.
Ciclopentanoperidrofenantreno, estrutra presente em esteroides. Imagem: Wikimedia Commons.

Principais alimentos fontes de lipídios

Lipídios tem papel importante na fisiologia humana devido às suas inúmeras funções, principalmente para a síntese de hormônios sexuais a partir de esteroides. Diversos são os alimentos que são fontes de lipídios para o metabolismo humano, tais como margarinas, óleos vegetais a base de soja, gergelim, girassol, canola e também óleo de peixes.
Azeite de oliva. Imagem: Wikimedia Commons.
Óleo de girassol. Imagem: Wikimedia Commons.

Você sabia?

O vôo de aves migratórias é uma atividade altamente extenuante, durando até três dias, viajando milhares de quilômetros. A principal fonte de energia utilizada por essas aves nesse período são os lipídios armazenados numa camada de gordura debaixo da pele das aves. Essa gordura é produzida a partir de funções hormonais ativadas pela hipófise e chega a representar mais da metade do peso corporal dessas aves. Ao final do vôo migratório, as aves podem apresentar uma redução de até 40% de seu peso.

Referências

LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2000.
TORTORA, G. J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Edição. Editora: Artmed. 2000.
http://super.abril.com.br/ciencia/no-rumo-das-aves-migratorias

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