Embora difamadas pela mídia, estas biomoléculas são essenciais para a manutenção de várias estruturas dos seres vivos e atuam e diversos processos metabólicos.
Oleo de Oliva
Mais um caso de
termo químico que se incorpora ao senso comum: os
lipídios, há tempos,
extrapolaram os livros de química. Definem um
conjunto de substâncias químicas
que, ao contrário das outras classes de compostos orgânicos, não são
caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela sua
alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Juntamente com as proteínas,
ácidos nucléicos e carbohidratos, os lipídios são componentes essenciais das estruturas biológicas, e fazem parte das
biomoléculas essenciais para a vida. Os lipídios se encontram distribuidos em
todos os tecidos, principalmente nas
membranas celulares e nas
células de gordura.
Células de gordura vistas por SEM
Existem
diversos tipos de moléculas diferentes que pertencem à classe dos lipídios. Embora não apresentem nenhuma característica estrutural comumm todas elas
possuem muito mais ligações carbono-hidrogênio do que as outras biomoléculas, e a grande maioria possui
poucos heteroátomos. Isto faz com que estas moléculas sejam pobres em dipolos localizados (
carbono e hidrogênio possuem eletronegatividade semelhante). Uma das leis clássicas da química diz que “
o semelhante dissolve o semelhante“: daí a razão para estas moléculas serem
fracamente solúveis em água (solvente polar) e
muito solúveis em solventes orgânicos (geralmente apolares).
Óleo e água: bifásico
Embora possam apresentar uma
estrutura química relativamente simples, as
funções dos lipídios são complexas e diversas, atuando em muitas
etapas cruciais do metabolismo e na
definição das estruturas celulares.
Tipos de Lipídeos:
ácido esteárico, um ácido graxo saturado
A
hidrólise ácida dos triacilglicerídios leva aos correspondentes
ácidos carboxílicos – conhecidos como
ácidos graxos. Este é o grupo
mais abundante de lipídios nos seres vivos. São lipídios
saponificáveis, porque a reação com uma solução quente de
hidróxido de sódio produz o correspondente carboxilato de sódio – um
sabão.
saturação e número de carbonos
Os ácidos graxos também podem ser classificados como saturados ou insaturados,
dependendo da ausência ou presença de ligações duplas carbono-carbono.
Os insaturados (que contém tais ligações) são facilmente convertidos em
saturados através da hidrogenação catalítica (este processo é chamado de
redução).
óleo vegetal hidrogenado: margarina
A presença de insaturação nas cadeias de ácido carboxílico dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral, estes se apresentem, à temperatura ambiente, no estado líquido; já os saturados, com uma maior facilidade de empacotamente intermolecular, são sólidos.
A margarina, por exemplo, é obtida através da hidrogenação de um líquido – o óleo de soja ou de milho, que é rico em ácidos graxos insaturados.
São
ésteres do glicerol –
1,2,3-propanotriol. Estes ésteres possuem
longas cadeias carbônicas atachadas ao glicerol, e a hidrólise ácida promove a formação dos ácidos graxos correspondentes e o álcool (glicerol).
Nos animais, os
TAGs são lipídios que servem, principalmente, para a
estocagem de energia; as células lipidinosas são ricas em TAGs. É uma das mais eficientes formas de estocagem de energia, principalmente com TAGs
saturados; cada
ligação C-H é um sítio potencial
para a reação de oxidação, um processo que libera muita
energia.
Os TAGs podem ser chamados de
gorduras ou óleos, dependendo do
estado físico na temperatura ambiente:
se forem sólidos, são gorduras, e líquidos são óleos. No organismo,
tanto os óleos como as gorduras podem ser hidrolisados pelo auxílio de
enzimas específicas, as lipases (tal como a fosfolipase A ou a lipase
pancreática), que permitem a digestão destas substâncias.
Fonte: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vTQuMkIinLsJ:falaquimica.com/%3Fp%3D1262+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br